As moças da Rua do Conde

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Depois de ter reorganizada a Marinha de Guerra, Floriano Peixoto enviou uma esquadra de treze navios em 8 de abril de 1894 contra os remanescentes da “Revolta da Armada” posicionados no porto da cidade de Desterro. Sob o comando do Almirante Jerônimo Francisco Gonçalves, esta esquadra ancorou no dia 11 de abril na enseada e baia de Porto Belo, de onde são mandados os navios Itaipu e Nicteroy para verificação das posições das embarcações da frota inimiga. Já era noite quando os dois navios voltam para Porto Belo e transmitem suas observações.

No dia seguinte, a esquadra segue para Desterro onde se confronta com o encouraçado Aquidaban, principal navio de guerra da frota revoltada, o qual é posto fora de combate e abandonado pela tripulação. Com esta derrota, as forças de oposição a Floriano Peixoto deixam a cidade de Desterro e o governo do Estado passou para o delegado Coronel Antônio Moreira César, que deixou páginas bastante tristes na vida catarinense.

Uma das medidas de Moreira César foi à de renomear todas as ruas e praças da cidade que tivessem alguma ligação com o antigo império, medida que não agradou a ninguém; o interventor agiu com mão de ferro, não se importando com as reclamações dos desterrenses. Contudo cedeu perante uma resistência dum segmento da cidade que ele menos esperava.

Sendo informado de que uma comitiva de jovens senhoras pedia uma audiência, o Coronel a foi recebendo em seu gabinete, estranhando bastante o aspecto do pequeno grupo de mulheres que tentavam parecer elegantes. A líder do grupo pediu a palavra e solicitou que o Coronel não alterasse o nome da rua onde havia o local de seu sustento e atividades ligados ao ramo da diversão, dos espetáculos e entretenimentos. Argumentava que com a mudança temiam que seus clientes e frequentadores, na maioria vinda de outras partes do Estado e do Exterior, bem como de suas correspondências e mercadorias necessárias não teriam mais como saber onde serem entregues. Outrossim, esclareceu que o nome Rua do Conde não tinha nenhuma relação com conde algum, mas foi originado por haver ali um sítio no final da rua onde existiam algumas árvores que forneciam uma fruta conhecida por fruta do conde e que no princípio era essa o nome da rua, mais tarde sofrendo a abreviação atualmente em curso.

Foi assim que a Rua do Conde continuou com esse nome ainda por muito tempo, tendo escapada do processo de “desmonarquisação” do administrador da recém batizada Florianópolis.

O apoio dado por Porto Belo à causa republicana e as novas medidas governamentais de incentivos à ação colonizadora devolvem a Porto Belo o “status” de município pela Lei nº 140 de 29 de agosto de 1895, depois de ter dado origem aos municípios de Tijucas e de Itajaí em 1860, ocasião na qual foi incorporado no primeiro, tornando se agora chefe do executivo municipal o Major da Guarda Nacional João Eufrásio de Souza Clímaco.

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Posso lhe ajudar?
Olá, estou no site Casa do Turista, na página As moças da Rua do Conde e tenho a seguinte dúvida: